sábado, 31 de dezembro de 2011

Lançamento do CD e DVD da 18ª Estância da Canção Gaúcha

Em entrevista coletiva na manhã da quinta-feira, 22 de dezembro, ocorreu o lançamento oficial do CD e DVD da 18ª Estância da Canção Gaúcha, realizada em outubro deste ano. A nova obra foi lançada pelo secretário municipal de Turismo, Cultura, Desporto e Lazer, Nairo Gonçalves, juntamente com o presidente do festival, Paulo Ricardo Saavedra Pinto dos Santos e o patrão da Coordenadoria Tradicionalista Municipal Maurício Pinto. O intérprete nativista Luciano Maia também prestigiou a coletiva.
O secretário destacou que o ato deflagrava o início formal dos preparativos para a 19ª Estância da Canção Gaúcha, que irá acontecer em 2012. “O prefeito Rossano Gonçalves já determinou prioridade absoluta na organização deste evento, e com certeza a equipe trabalha desde já para oferecer à comunidade gabrielense o que há de melhor na cultura nativista gaúcha”, ressaltou.
O presidente do festival, Paulo Saavedra, ressaltou o fato de o CD e DVD da 18ª edição estarem sendo lançados três meses após o evento. “Normalmente se lança o CD e DVD da última edição poucos meses antes do novo festival, mas este ano conseguimos imprimir um ritmo mais célere e oferecer à comunidade o registro fonográfico e visual da Estância no mesmo ano em que ela ocorreu”, ressaltou, informando em primeira mão que o intérprete Luciano Maia será um dos jurados do evento em 2012.
O CD e o DVD já estão disponíveis em estabelecimentos como Loja Barriga Verde, Miscelânea e Armazém Criollo, a preços populares: R$ 10,00 (dez reais) o CD e R$ 15,00 (quinze reais) o kit com CD e DVD.

*Cláudio Moreira – MTb 010499

FONTE: SITE DA PREFEITURA MUNICIPAL DE SÃO GABRIEL

 Fazem parte do CD e do DVD as seguintes composições:

Embretados - Davi Teixeira/Piriska Greco
Cordeona-me - Gujo Teixeira/Luciano Maia
Quem Sou Eu? - Everton Michels/Romulo Chaves/Piero Heleno
Flor de Tuna - Edilberto Teixeira/Ênio Medeiros
Meus Olhos de Carreteiro - Ivonir Leher/Felipe Cornel
Bochincheiro e Mal Domado - Macedinho
De Tropa, Aparte e Lembrança - Jorge Machado/Mateus Alves
As Flores e a Cruz - Volmir Coelho
Bisavô - João Sampaio/Érlon Péricles
Alumbramento - Gujo/ Luciano Maia
A Verdade - Angelo Franco/Tuni Brum
A Sombra da Espora - Volmir Coelho
Milonga de Jogar a Vida - Heleno Cardeal/Lanes Cardeal
Chê de Deus - Evair Gomes/Zeca Alves/Ricardo Martins
Pétala Negra  - Carlos Omar V. Gomes/Erlon Péricles




terça-feira, 6 de dezembro de 2011

A Ilha das Flores e um pouco de São Gabriel... da Cachoeira

Devido a minha enorme preguiça em escrever, encontrei na internet este importante relato sobre a cidade na qual vivi por 2 anos e sobre a comunidade da Ilha das Flores, na confluência dos rios Negro e Uaupés, cerca de 3 horas de barco rio acima partindo de São Gabriel, em direção norte. Fiz este passeio em abril deste ano (mas só estou postando agora, desculpem) mas antes tarde do que nunca...

Eis o artigo extraído do Site BRASIL,ALMANAQUE DE CULTURA POPULAR, escrito por Heitor e Sílvia Reali...
 Ponte entre povos
Com apenas 40 mil habitantes, o terceiro maior município do Brasil tem área superior à de Portugal. Encravado no coração da floresta, São Gabriel da Cachoeira possui 90% de mata virgem e uma população fiel e enraizada em suas tradições.

São Gabriel da Cachoeira, no Amazonas, oferece ao viajante um lampejo da sabedoria dos indígenas. De Manaus são 1.150 quilômetros pelo rio Negro, segundo maior rio em volume de água do mundo – só perde para o Amazonas. Em horas de voo, são quase três. Se o tempo estiver bom, vale ir direto para a janelinha espiar a mata virgem. Depois que a aeronave tomar a direção norte, o rio Negro desaparece, mas não sem antes dar um show, formando as ilhas de Anavilhanas, o maior arquipélago fluvial da Terra.

A seguir começa a solidão da Amazônia. A floresta parece estender-se ao infinito. Extensões imensas de um verde que passa da conta. Habitada há 3 mil anos, a região noroeste da Amazônia brasileira apresenta um conjunto altamente diversificado de paisagens: matas fechadas com vegetação de porte alto, terras inundadas, savanas, capoeiras, palmeirais. Em comum, os rios que as serpenteiam e que, com a estiagem de outubro a fevereiro, desenham praias de areia branca de rara beleza.

Quando nos aproximamos de São Gabriel da Cachoeira, a natureza torna-se ainda mais exuberante. Um imponente maciço azul parece levantar-se do meio do verde. É a Serra de Curicuriari, também conhecida como Bela Adormecida, por sua formação que lembra a silhueta de uma jovem deitada. 



subindo em direção a Ilha das Flores...
 Verdadeira Amazônia
A cidade é pequena. A igreja matriz e o colégio salesiano são ainda suas maiores construções. O antigo  povoado colonial-militar do século 18 abriga cerca de 40 mil habitantes, a maioria índios. É o terceiro maior município do Brasil em extensão, com área superior à de Portugal. E com 90% de mata virgem.

O olhar sobre a região, entretanto, não se deve resumir à fauna e à flora, mas também à presença de uma população fiel e enraizada em suas tradições. Os indígenas são lúcidos no resguardo e na revitalização de sua cultura milenar, na briga contra sua cidadania encurralada, na luta por uma vida digna. Uma viagem a essa comunidade pode ser uma iniciação sobre a verdadeira Amazônia.

Há 21 anos os ventos começaram a soprar a favor dos 22 grupos étnicos que habitam a região. Foi quando surgiu a Federação das Organizações Indígenas do Rio Negro. O direito dos índios em manter suas tradições encontrou aliados de peso. O Instituto Socioambiental, de ampla experiência no trabalho antropológico na região, uniu-se ao Iphan e, com os indígenas, conseguiram preservar a cachoeira Iauaretê, ameaçada de sumir do mapa pela construção de um campo de pouso. A cachoeira é local sagrado para muitas etnias. Os anciãos afirmam que dela surgiu a raça humana – índios e brancos. Porém, não todos os brancos: somente aqueles que juntam forças com os indígenas.


Preste atenção
O amanhecer no rio Negro surpreende. Ainda sob a névoa matinal que ensombrece os contornos do relevo, tons quentes de carmim e laranja se espelham nas águas escuras do rio. Um instante mágico.


Sob o signo da união
Mais do que o registro pelo Iphan como patrimônio cultural, Iauaretê desencadeou outra ação importante: a devolução dos basá busá – ornamentos sagrados de dança – para seus verdadeiros donos. Sentindo confiança em seus novos parceiros, os indígenas expressaram o desejo de reaver as peças cerimoniais que “jaziam” há mais de 70 anos no Museu dos Índios mantido pelas freiras do Patronato de Santa Terezinha, em Manaus.

Apesar de quase um século fora de seu local de origem, este material nunca deixou de ter importância para a história e a cultura das etnias de fala tukano do rio Uaupés e do povo tariano. Entre essas peças, estão colares, as acângataras – uma espécie de cocar feito de penas de Arara, tucano, japu e garça –, cordas de pelo de macaco e cintos de dentes de onça e capivara. No histórico dia da restituição, em dezembro de 2008, vários chefes de tribos e numerosos indígenas do rio Negro estavam presentes. Muita gente e grande emoção. É sob o signo da união, portanto, que se deve conhecer São Gabriel da Cachoeira.


Não deixe de saborear

A pimenta produzida pelos baniwa em suas plantações secretas é imperdível. Resultado de uma mescla de várias sementes e condimentos, não é muito picante.


São Gabriel da Cachoeira tem Mais
Ilha das Flores 


 Mesmo quem já navegou pelos rios amazônicos e conhece sua natureza singular se encanta quando percorre os igarapés. A mata sombria iluminada pela luz que abre brechas entre as copas das árvores, formando fachos luminosos, cria uma atmosfera jurássica. Ouvir os pássaros é fácil, mas vê-los é quase impossível devido à densidade da floresta. Entre esse estranho jogo do real e das sombras, chega-se à comunidade baniwa Ilha das Flores. Ali plantam-se diferentes espécies de pimentas para um tempero especial. Mas não se permite que os não indígenas vejam as plantações: “Olho de seca pimenteira”, dizem os baniwa. Longe de duvidar.

Wariró
Loja de produtos indígenas do Alto do Rio Negro. Na espaçosa casa podem ser encontradas peças produzidas pelas diferentes etnias da região: cerâmicas e cestarias ricas em grafismos e tingidas com pigmentos naturais, tapetes, bancos, pulseiras, brincos e colares de sementes coloridas, além de CDs e livros que narram a história desses povos.

Pontão da Cultura
Inaugurado em dezembro de 2008, o local abriga a exposição Basá Busá – Ornamentos de dança até junho deste ano. Estão expostos cocares, colares e braçadeiras feitos de penas de pássaros, pelos de macaco e sementes silvestres.

..as águas traiçoeiras do Rio Negro



Aos recém chegados em São Gabriel da Cachoeira, um aviso...
Cuidado com as águas escuras do majestoso Rio Negro. Rio das águas cor de chá, convidativas para um banho refrescante para amenizar o calor de 40 graus da selva amazônica. Lugar repleto de lendas, histórias e mistérios, este rio esconde nas suas profundezas pedras gigantescas, que em virtude de sua grande profundidade e escuridão, criam redemoinhos que tragam as pobres almas desavisadas... neste mês de novembro, tivemos um amigo que mergulhou nos seus segredos e nunca mais voltou... sentidas saudades a seus familiares e a dor de sua partida ficará para sempre no coração dos seus amigos.
Quando morre um músico, desafina-se uma sinfonia...

ano passado escrevi este poema em homenagem ao Rio Negro, acho que é hora de postar...
Rio Negro

Rio Negro das águas matreiras
Que correm ligeiras na calha do rio
Rio Negro das águas traiçoeiras
De mil corredeiras, das pedras de fio...

Tuas águas escuras escondem segredos
Que a areia branca revela nas secas
Um banco de pedras, um barco afundado
Um sonho roubado, ao clarão da lua.

Nascido Guainía, em terras da Colômbia
Navega sinuoso na selva imponente
Rio Negro das lendas, dos causos antigos
Das vidas perdidas nas suas profundezas...

sábado, 19 de novembro de 2011

EMPAREDADO...

Dia 17 de novembro completamos dois anos de Selva Amazônica. Foram 2 anos difíceis, mas prazerosos. Na saída de Porto Alegre, tive a felicidade de lançar na maior Feira do Livro da América Latina, meu livro "De Tempo e Saudade" e isto foi a penas o início desta bela história. Missão maior no noroeste da Amazônia, ser um dos pioneiros na fundação da mais nova OM de Comunicações do Exército, o 2º Pelotão de Comunicações de Selva!! 

E dia 28 de outubro fomos "emparedados", na placa histórica de fundação. Parabéns e muito obrigado aos companheiros de caminhada, pela paciência, amizade, camaradagem e apoio. Que Deus os ilumine. 



Missão cumprida! Selva!!

quarta-feira, 26 de outubro de 2011

SEMANA FARROUPILHA 2011

Pela segunda vez, a abertura da Semana Farroupilha no Marco Zero da Linha do Equador...

 ...nossas crianças, futuro do Rio Grande,

 ... grande festa no norte do Brasil,

 ... e descobrimos o sítio do Michael Jackson, no meio do caminho...

carreata pelas ruas da cidade e...
 que momento!!! o baile com os GAUDÉRIOS DA FRONTEIRA, no Grêmio dos Subtenentes e Sargentos do Alto Rio Negro (GRESSARNE),  eu (olha que coisa!!!), Antunes na voz solo e Ricardo Caldas (voz e violão). 
É verdade, o que não mata, fortalece!!!

REVISTA TCHÊ CAMPEIRO


A 7ª edição da REVISTA TCHÊ CAMPEIRO, produzida e editada no Estado do Paraná, que tráz na capa outro gabrielense, o grande Rogério Melo, publicou nas suas páginas a reportagem intitulada UM PEDAÇO DO RIO GRANDE DO SUL NO AMAZONAS,  escrita por nós em parceria com o amigo e colega de ofício Ricardo Caldas, que versa sobre a abertura da Semana Farroupilha de 2010 aqui em São Gabriel da Cachoeira, no distante Amazonas. Destacou a importância deste evento e a presença da gauchada neste pedaço de Brasil que poucos conhecem. Este ano refizemos esta atividade e quem sabe seja publicada em outra edição deste importante veículo de comunicação.

 



 Leia a matária na íntegra:

A cultura gaúcha não conhece fronteiras, não veste cores partidárias, nem se resume a sotaques ou formas de linguagem regionais. A cultura gaúcha é muito mais do que isto, é a própria identidade de pessoas, nascidas no Rio Grande ou não, que comungam da mesma essência, que bebem do mesmo mate, que ouvem as mesmas músicas e dançam as mesmas danças, não importando o local onde se encontram. Gaúchos, no sentido mais terrunho desta palavra, são os homens, mulheres e crianças que desde cedo aprendem a amar uma tradição que receberam dos seus ancestrais, ou que aprenderam a admirar e defender como sinônimo de honra, respeito pelas origens e pelo chão onde vivem. Desta forma, em plena Selva Amazônica, nos confins de um Brasil que poucos conhecem, esquecido pelas autoridades e pela maioria dos brasileiros, “gaúchos” dos quatro cantos deste imenso país, representados por militares, familiares e simpatizantes do movimento tradicionalista que guarnecem as fronteiras com a Colômbia e a Venezuela, no distante município de São Gabriel da Cachoeira, no Amazonas, deslocaram-se até o local denominado Marco Zero, onde passa a linha imaginária do Equador, na BR 307, que liga este município à Cucuí.
Neste local, onde começa o Brasil, foi realizado no dia 12 de setembro de 2010, a abertura da Semana Farroupilha, em homenagem aos 175 anos da Revolução do mesmo nome, ocorrida no Estado do Rio Grande do Sul, no ano de 1835.
Sob um sol escaldante de 40 graus, riograndenses, paranaenses, catarinenses, paulistas, cariocas, mineiros, amazonenses, uruguaios e nordestinos  beberam do mesmo mate, desfraldaram a mesma bandeira e cantaram o mesmo Hino, celebrando a memória de uma revolução que era de todos, pois representava os anseios de liberdade de um povo que se renova a cada dia e que pulsa no peito de cada um. Na ocasião, foi realizado o acendimento da Chama Crioula pelo General de Brigada José Luiz Jaborandy Junior, Comandante da 2ª Brigada de Infantaria de Selva e Guarnição Militar e pelo Sargento Martelli (Santa Maria – RS), tradicionalista e idealizador deste evento, sendo ainda lido um poema composto em homenagem a este evento histórico.
Após ser cantado o Hino Riograndense aos acordes das Guitarras do gaúcho  Ivonir Leher (São Gabriel -RS) e do paranaense Ricardo Caldas (Pinhão -PR) e entoado pelas vozes de todos os presentes, houve uma carreata pelas ruas da cidade São Gabriel da Cachoeira, conduzindo a chama crioula, até o Clube de Subtenentes e Sargentos do Alto Rio Negro (GRESSARNE), onde o presidente Fabiani Beulch (São Borja – RS) ofereceu um suculento churrasco à todos os presentes e a festa continuou madrugada a dentro, onde a cantoria contraponteou com canto dos grilos nos confins da Amazônia Ocidental.
Durante a toda a semana foram realizadas diversas atividades como; palestras, exibição de vídeos, degustação da culinária campeira, apresentações artísticas e danças tradicionais e folclóricas pelos filhos dos militares que prestam serviço e garantem a soberania nacional na fronteira do Brasil, sem esquecer as suas origens.

Poema do Marco Zero, composto pelo militar e poeta gaúcho Ivonir Gonçalves Leher.
Tantos anos se passaram
Da Epopéia Farrapa
Onde esta gente guapa
Fez surgir a nossa história...
Alicerçada nas glórias
De Bento e de Souza Netto
Que lá de cima, por certo
Abençoam este momento
E há entre nós, tantos Bentos
Que honram sua memória.

Rio Grande, terra lendária
De heróis desconhecidos
Rio Grande dos esquecidos
Do Brasil, uma identidade...
Rio Grande, Pátria e saudade
Que carregamos no peito
E exigimos respeito
Por tudo que já fizemos
Por esta Pátria, morremos
Em nome da liberdade.

E hoje, estamos aqui
Onde começa o Brasil
Nesta terra varonil
Bem na Linha do Equador...
Marco Zero, sol e suor
Desfraldando uma bandeira
Na Amazônia Brasileira
O Brasil é mais gaúcho
E “vamo agüentá o repuxo”
Pra mostrar nosso valor.



Marco Zero, linha do Equador, São Gabriel da Cachoeira – AM,  12 de setembro de 2010.

terça-feira, 25 de outubro de 2011

MEUS OLHOS DE CARRETEIRO é premiada na 18ª Estância da Canção Gaúcha...


Buenas moçada, andava um pouco (UM POUCO?????) afastado deste espaço por pura falta de tempo mesmo e desde já peço milhares de desculpas, muito estudo, muito trabalho e praparativos para a volta à querência e aí sim, teremos mais tempo para a boa prosa. Mas, de fevereiro para cá, muitas coisas boas aconteceram e postarei algumas, se o tempo permitir....

Comecemos pela Estância da Canção Gaúcha de São Gabriel, em sua 18ª edição, onde a música Meus Olhos de Carreteiro, letra minha e música do amigo Felipe Cornel classificou-se para a grande final do Festival e ainda por cima levou para casa os prêmios de 2º Lugar na fase interna e Melhor Arranjo Vocal. Biaita abraço ao Noninho e aos músicos que subiram ao palco, pena não estar aí para prestigiar, mas fica para a próxima.




Confira a classificação final da 18ª Estância da Canção Gaúcha:

1º lugar: "Embretados" (chamamé), letra e música de Davi Teixeira e Igor Silveira (São Gabriel e Porto Alegre), interpretada por Pirisca Grecco e Ângelo Franco
2º lugar: "Cordeona-me" (chamamé), letra de Gujo Teixeira e música de Luciano Maia (Lavras do Sul e Porto Alegre), interpretada por Luciano Maia
3º lugar: "Quem Sou Eu" (chacarera), com letra de Everton Michels e Rômulo Chaves (Criciuma / Palmeira das Missões) e música de Piero Ereno (Porto Alegre), interpretada por Shana Muller
Melhor indumentária: Enio Medeiros
Arranjo Vocal: "Meus Olhos de Carreteiro" (chamarra), letra de Ivonir Leher e música de Felipe Cornel
Melhor Intérprete: Shana Muller, por "Pétala Negra" e "Quem Sou Eu"
Música Mais Popular: "Embretados"
Melhor Poesia: "Quem Sou Eu"
Melhor Instrumentista: Luizinho Corrêa
Melhor Tema Campeiro: "De Tropa, Aparte e Lembrança" (milonga), letra de Jorge Peres Machado (Rosário do Sul) e música de Mateus Alves (Porto Alegre)
Melhor Arranjo Instrumental: "Quem Sou Eu"

Estancinha (Fase local) - Resultado final
1º "Flor da Tuna", letra de Edilberto Teixeira (in memorian) e música de Enio Medeiros
2º "Meus Olhos de Carreteiro", letra de Ivonir Leher e música de Felipe Cornel
3º "Bochincheiro e Mal Domado", letra e música de Macedinho

Fotos: Marcelo Ribeiro / Comunicação Social Prefeitura Municipal de São Gabriel

domingo, 20 de fevereiro de 2011

Meu paraíso...


Timbradas em minhas retinas, imagens que guardo com carinho de um lugar perdido, intocado, entre as serras de Santa Margarida do Sul...

Granja Santa Anna, sob o céu azul do Rio Grande...

digno de um poema...

minha mãe e meus avós moraram nesta casa...

bom lugar pra uma mateada, no inverno...

arreios, a espera de um lombo de cavalo...e um velho poncho, pra escorar as águas do tempo...

tio Chico, que figura...


no que será que estava pensando?

vida simples da campanha...



AS FOTOS DO NATAL E DO FINAL DE ANO AQUI EM SGC...

Demorou (e que demora) mas antes tarde do que nunca, umas fotos das festas de final de ano.
Natal no GRESSARNE, com alguns amigos e a Vanessa em primeiro plano...

a hora do presente, (não sentei no colo do bom velinho!!!!!!)

Pedro e Cadu com o Papai Noel...

com a Patroa!!!!!!!!

a Ilha dos Reis, no Alto Rio Negro, Reveillon...

na ilha...baita jantar!!!

com a Banda Triade que animou a festa...

Charles, Cadu, vocalista da Triade e eu, meio zonzo nestas horas...

uma canja lá no GRESSARNE, encontro dos violeiros, organizado pelo amigo Fonseca...


com o Ricardo Caldas, do Paraná com o coração no Rio Grande.

Tô vivo!!!!!!!!!!!

Tô de volta!!!!!!!!!!! depois de mais de mês (merecidas, e bem merecidas férias) estou de volta ao blog e as atividades. Fiquei por aqui mesmo, isolado "nos Amazonas", mas bueno, paciência, o Rio Grande mora no coração e em breve estaremos por lá se Deus quiser...
Recebi na minha casa alguns amigos e me dediquei aos estudos ( e são tantos), travando uma peleia diária com a LÓGICA e a ONTOLOGIA, mas vamos seguindo, devagarinho e sempre!!!!
vhfvhbjabo!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!     
No IBARNE, eu, Vanessa, Chris e Rafael...,

em casa, com os amigos Charles Severo e Chris (de Los Angeles, passando uma temporada aqui em SGC)

grandes amigos.

terça-feira, 11 de janeiro de 2011

MONÓLOGO DAS MÃOS


Ghiaroni (imortalizado por Procópio Ferreira).

Para que servem as mãos? As mãos servem para pedir, prometer, chamar, conceder, ameaçar, suplicar, exigir, acariciar, recusar, interrogar, admirar, confessar, calcular, comandar, injuriar, incitar, teimar, encorajar, acusar, condenar, absolver, perdoar, desprezar, desafiar, aplaudir, reger, benzer, humilhar, reconciliar, exaltar, construir, trabalhar, escrever......

As mãos de Maria Antonieta, ao receber o beijo de Mirabeau,
salvou o trono da França e apagou a auréola do famoso revolucionário;
Múcio Cévola queimou a mão que, por engano não matou Porcena;
foi com as mãos que Jesus amparou Madalena;
com as mãos David agitou a funda que matou Golias;
as mãos dos Césares romanos decidia a sorte dos gladiadores vencidos na arena;
Pilatos lavou as mãos para limpar a consciência;
os anti-semitas marcavam a porta dos judeus com as mãos vermelhas como signo de morte!
Foi com as mãos que Judas pos ao pescoço o laço que os outros Judas não encontram.
A mão serve para o herói empunhar a espada e o carrasco, a corda;
o operário construir e o burguês destruir;
o bom amparar e o justo punir;
o amante acariciar e o ladrão roubar;
o honesto trabalhar e o viciado jogar.
Com as mãos atira-se um beijo ou uma pedra, uma flor ou uma granada, uma esmola ou uma bomba!
Com as mãos o agricultor semeia e o anarquista incendeia!
As mãos fazem os salva-vidas e os canhões;
os remédios e os venenos;
os bálsamos e os instrumentos de tortura, a arma que fere e o bisturi que salva.
Com as mãos tapamos os olhos para não ver, e com elas protegemos a vista para ver melhor.
Os olhos dos cegos são as mãos. As mãos na agulheta do submarino levam o homem para o fundo como os peixes;
no volante da aeronave atiram-nos para as alturas como os pássaros.
O autor do «Homo Rebus» lembra que a mão foi o primeiro prato para o alimento e o primeiro copo para a bebida;
a primeira almofada para repousar a cabeça, a primeira arma e a primeira linguagem.
Esfregando dois ramos, conseguiram-se as chamas.
A mão aberta,acariciando, mostra a bondade;
fechada e levantada mostra a força e o poder;
empunha a espada a pena e a cruz! Modela os mármores e os bronzes;
da cor às telas e concretiza os sonhos do pensamento e da fantasia nas formas eternas da beleza.
Humilde e poderosa no trabalho, cria a riqueza;
doce e piedosa nos afetos medica as chagas, conforta os aflitos e protege os fracos.
O aperto de duas mãos pode ser a mais sincera confissão de amor, o melhor pacto de amizade ou um juramento de felicidade.
O noivo para casar-se pede a mão de sua amada;
Jesus abençoava com as mãos;
as mães protegem os filhos cobrindo-lhes com as mãos as cabeças inocentes.
Nas despedidas, a gente parte, mas a mão fica, ainda por muito tempo agitando o lenço no ar.
Com as mãos limpamos as nossas lágrimas e as lágrimas alheias.
E nos dois extremos da vida, quando abrimos os olhos para o mundo e quando os fechamos para sempre ainda as mãos prevalecem.
Quando nascemos, para nos levar a carícia do primeiro beijo, são as mãos maternas que nos seguram o corpo pequenino.
E no fim da vida, quando os olhos fecham e o coração pára, o corpo gela e os sentidos desaparecem, são as mãos, ainda brancas de cera que continuam na morte as funções da vida.

segunda-feira, 3 de janeiro de 2011

POEMA: Onde mora a solidão



Lá detrás daquela serra
Onde mora a solidão
Numa casinha pequenina
Bem no alto da colina
Na encosta do espigão.

Deixei meu carro de boi
Que cantava no estradão
Um pé de jacarandá
E uma rede pra “embalá”
A saudade do sertão.

Deixei tudo o que eu tinha
Corri atrás da ilusão
Só não deixei minha viola
Pois é ela quem consola
A dor do meu coração.

Lá detrás daquela serra
Onde mora a solidão
Ainda canta o sabiá
E seu canto me faz sonhar
Com as tardes de verão...

Que eu buscava água no poço
Punha lenha no fogão
E tocava alguma moda
Ou tirava um dedo de prosa
Com meu pai e meu irmão...

Um dia eu volto pra lá
Cantando uma velha canção...
Volto com minha viola
Pois é ela quem consola
A dor do meu coração.


Ivonir Gonçalves Leher, SGC, julho 2010