segunda-feira, 11 de janeiro de 2010

UM POEMA...


DAS ASAS AZUIS DA LIBERDADE

Olhei de longe
as duas asas coloridas
presas ao galho...
balançavam ao sabor do vento
como que tocadas
por sopro divino.

Eram asas de liberdade,
presas na teia do destino.
Mas eu não tinha tempo
para libertá-las.

Precisava criar...
Precisava escrever...
mas, onde estava a poesia?
Rabiscava frases desconexas
sobre o branco do papel.

De longe, a pobre borboleta
Agonizava, presa à teia
da armadeira.

Lá estava ela,
como a pedir
que uma mão abençoada
rompesse o fio de seda
estendido em seu caminho...
Envolto em seu corpo.

Minutos se passavam...
estaria presa ali
há quantos dias?

Rompi a minha teia
de inércias...
deixei sobre o banco
o papel em branco e a caneta azul...
Caminhei lentamente
em sua direção.

Com um leve toque,
Seu frágil corpo foi liberto.

Subiu aos céus
como pluma de ave
em dia de vento forte...
Buscando o norte
que a vida lhe deu.

Estava liberta a poesia.


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