No mês passado estive em Manaus, capital do Amazonas e entre as inúmeras atrações e locais para visitação que aquela cidade possui, está o magnífico Teatro Amazonas,um dos mais belos cartôes postais da capital amazonense,
inaugurado em
1896, é uma das expressões mais significativas da riqueza criada na região, durante o
ciclo da borracha.
A história do inicia-se em
1881, quando o deputado A. J. Fernandes Júnior apresentou o projeto para a construção de um teatro em alvenaria, na cidade de
Manaus. A proposta foi aprovada pela Assembléia Provincial do
Amazonas e começaram as discussões a respeito da construção do prédio. Manaus, que vivia o auge do
ciclo da borracha, era uma das mais prósperas cidades do mundo, embalada pela riqueza advinda do látex da seringueira, produto altamente valorizado pelas indústrias européias e americanas. A cidade necessitava de um lugar onde pudessem se apresentar as companhias de espetáculos estrangeiras e a construção do teatro, assim, era uma exigência da época.
O projeto arquitetônico escolhido foi o de autoria do Gabinete Português de Engenharia e Arquitetura de
Lisboa, em
1883. No entanto, em meio às discussões a respeito do local para a edificação e os custos da obra, a pedra fundamental só foi lançada em
1884. As obras transcorreram de forma lenta e somente no governo de Eduardo Ribeiro, no apogeu do ciclo da borracha, a construção tomou impulso. Foram trazidos arquitetos, construtores, pintores e escultores da
Europa para a realização da obra. A decoração interna ficou ao encargo de Crispim do Amaral, com exceção do salão nobre, área mais luxuosa do prédio, entregue ao artista italiano Domenico de Angelis.
O teatro foi finalmente inaugurado no dia
31 de Dezembro de 1896.
A sala de espetáculos do teatro tem capacidade para 701 pessoas, distribuídas entre a platéia e os três andares de camarotes. No salão nobre, com características barrocas, destaca-se a pintura do teto, denominada "A Glorificação das Bellas Artes na Amazônia", de
1899, de autoria de Domenico de Angelis. Destacam-se os ornamentos sobre as colunas do pavimento térreo, com máscaras em homenagem a dramaturgos e compositores clássicos famosos, como
Ésquilo, Aristóphane, Moliére,
Rossini,
Mozart,
Verdi e outros. Sobre o teto abobadado estão afixadas quatro telas pintadas em
Paris pela Casa Carpezot - a mais tradicional da época -, onde são retratadas alegorias à música, dança, tragédia e uma homenagem ao grande compositor brasileiro
Carlos Gomes. Do centro, pende um lustre dourado com cristais, importado de
Veneza, que desce até ao nível das cadeiras para a realização de sua manutenção e limpeza.

Destaca-se, ainda na sala de espetáculos, a pintura do pano de boca do palco, de autoria de Crispim do Amaral, que faz referência ao encontro das águas dos rios
Negro e
Solimões. O teatro possui diversos ambientes, concebidos com diferentes materiais, daí ser considerado um espaço sobremaneira eclético. É, sem dúvida, o mais importante prédio da cidade, não somente pelo seu inestimável valor arquitetônico, mas principalmente pela sua importância histórica, uma prova viva da prosperidade e riqueza vividos na fase áurea da borracha. O teatro é referência para espetáculos regionais, nacionais e internacionais. Já passaram pelo palco do Teatro Amazonas:
Margot Fonteyn,
Christoph Schlingensief e
Roger Waters.
Estraguei a foto!!!