domingo, 23 de agosto de 2009
JÁ ESTÁ DISPONÍVEL O LIVRO DE TEMPO E SAUDADE
De São Gabriel, os Marechais da terra. No campo-desquartel da poesia, eis que nos chega o jovem Ivonir Gonçalves Leher. Na hierarquia do poema, falo de alguém que já se inaugura - oficialmente em livro solo - em forma de Oficial, com o perdão do imperdível trocadilho. É que, nessa constelação de estrelas-no-ombro, ele chegou já em estado de pós-soldado para honrar, no futuro-ali-na-esquina, o título da cidade-mãe. Se não no ombro, no coração. Esperem, e verão: mesmo que seja em algum futuro inverno gabrielense. Quem viver, verá.
Quem já conhece o trabalho dele em algumas (muito boas) composições de festivais, não ficará por demais admirado: sabe que o poeta é de boa cepa, e veio dos veios da terra para ficar. E para dizer a que veio, também.
Metáforas vigorosas, imagens fortes, concisão: elementos fundamentais para o fundamento do poeta. Está a caminho um grande nome da literatura sulina. Ivonir Leher é um autor que, mesmo ainda jovem, é capaz de produzir interessantes e inquietantes reflexões sobre o tempo, a saudade, e a dor (sublime) de estar-no-mundo.
Ausência, distância e coração permeiam seus poemas com uma verdade que vem assim, cordianamente (cordis / coração) do sul do Rio Grande do Sul, mas pode galopar até algum onde ou até algum-alguém que seja capaz de ler e dar vaza à sua voz, competente e sincera.
O poeta em questão é capaz de produzir versos como “fantasmas jogam paciência no porão” (...) “cronos deixou cair a ampulheta” (...) “o senhor do tempo , no seu trono pendurado, rege o sono dos plebeus”.
O que mais dizer? Pendurado (ou pendulado), o relógio do tempo fará jus ao nome que se inaugura. O tempo abre o livro das respostas. Em presente ou demorância, costuma ser assim. Aqui ou em outro lócus neste mun-dão-velho-sem-porteiras. O artista – quando artista - vence o tempo.
Parabéns ao poeta e – principalmente - a estes primeiros leitores: estarão acompanhando o nascimento de um grande.
Jaime Vaz Brasil
Poeta e compositor
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