Nas
noites longas de um tempo antigo
Ivonir Leher
Navegavam
esses potros
eram
naus douradilhas,
zainas,
mouras, tordilhas...
E
seus comandantes
brandiam
espadas em gritos de guerra.
E
traziam endereços de morte
em
suas lâminas...
Seus
corações eram blocos de mármore
enclausurados
em armaduras
de
pele, carne e aço.
E
seus impérios eram os domínios
de
suas estâncias
e
as sesmarias orelhanas
deste
continente.
E
aquelas noites antigas eram tão longas...
Por
detrás dos postigos,
olhares
de medo varavam lonjuras....
e
bocas aflitas
repetiam
preces em toscos altares...
e
mãos delicadas
dedilhavam
terços no silêncio das noites.
E
aquelas noites eram tão longas...
E
homens sem rosto, sem medo e sem alma...
Sofrenavam
cavalos
em
noites de lua,
sob
as asas dos cinamomos...
para
entregar recados de morte
em
gumes de vento.
E
passos apressados rangiam
nas
tábuas...
e
trêmulas mãos corriam ferrolhos...
e
trancas de angico cruzavam nas portas.
Retinas
nublavam e lágrimas quentes
salgavam
o rosto...
essas
noites antigas
alongavam
eternas horas...
Essas
noites tão longas
paravam
o tempo
na
respiração dos aflitos.
POEMA PUBLICADO NO LIVRO DO 2º CONCURSO ESTADUAL DE POESIAS DO MTG - 2013
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