quarta-feira, 14 de agosto de 2013

DA 18ª ESTÂNCIA DA CANÇÃO GAÚCHA, "MEUS OLHOS DE CARRETEIRO"


Letra: Ivonir Leher
Música e interpretação: Felipe Cornel


Vencendo estrada, norte a sul
Comendo poeira
Vai a carreta
Num rangido sonolento.
Velho Rio Grande
Que não morre nestas plagas
Fronteira antiga
Onde o progresso anda tão lento.

Canga e guiada
Três juntas de bois franqueiros
Carreta inteira
Que despassito se vai...
Sulcando o verde dos campos
Abrindo trilhas
Herança viva
Da Terra dos Marechais.

Aonde andam meus avios de carreteiro
Meu cusco oveiro e as léguas de corredor
Só restam causos nas noites de acampamento
Povoando a infância de um piazito sonhador.

Quando a boieira,
Despontava no horizonte
E um cincerro repinicava,
Anunciando
No ponche verde
E orvalhado da coxilha
Tocava a lida,
Repechando o minuano.

No mês de julho
Repontando as invernias
Rumo à Pelotas,
Já quebrei tantas geadas...
Guardei nos olhos
A vastidão da campanha
Que me acompanha
Na última carreteada.

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