sábado, 25 de fevereiro de 2012

O TEMPO E O VENTO, pertinho da gente...

Bagé, a Rainha da Fronteira, recebe a equipe do diretor global Jaime Monjardim para iniciar as filmagens do longa metragem O Tempo e o Vento, baseado no romance do imortal cruzaltense Érico Veríssimo. Movido pela curiosidade, revirei a net e encontrei algumas fotos e reportagens sobre este evento histórico sobre nossas orígens. Quando menino, lembro da minissérie homônima da Rede Globo, quanta saudade. Depois, tive a felicidade de visitar o museu do Érico lá em Cruz Alta, não vejo a hora de conhecer pessoalmente o cenário do filme...



FONTE DAS FOTOS:
www.marjorieworld.com.br
www.cidadebage.blogspot

Um dos maiores clássicos da literatura brasileira “O Tempo e o Vento”, escrito pelo gaúcho Érico Veríssimo, vai ser adaptado para o cinema. Com roteiro de Tabajara Ruas e Leticia Wierzchowski, esta mais conhecida pela obra “A Casa das Sete Mulheres”, que também foi adaptada em minissérie para a Rede Globo, o longa-metragem ainda terá a colaboração de Marcelo Pires e a direção de Jayme Monjardim.
Já em fase de produção, o filme contará a história da família Terra Cambará e de sua principal opositora, a família Amaral, começando nas Missões até o final do século XIX.
No elenco já estão confirmados os nomes de Fernanda Montenegro, que será Bibiana, e de Thiago Lacerda, que será o Capitão Rodrigo.
A escritora e roteirista Leticia Wierzchowski contou em entrevista como está sendo o processo de produção da adaptação de um livro que é considerado um dos mais importantes do Rio Grande do Sul pois relata, em ficção, como aconteceu a formação do estado localizado no Sul do país.  
- Assim, num primeiro momento, trabalhei junto ao Tabajara. Depois, fiquei muito tempo trabalhando sozinha no roteiro, fiz vários tratamentos e, no final, Marcelo entrou para me ajudar com algumas cenas, e para fazer os cortes necessários, pois eu não podia cortar mais nem uma palavra, que quase sangrava de angústia. Mas foi uma aventura isso tudo, porque O tempo e o vento é um livro seminal da nossa literatura, imagine no sul, ainda por cima. É um livro que li muitas vezes. Atualmente, poderia dizer de cor vários trechos e muitíssimos diálogos. E O continente é um dos mais belos livros que já li. Imagine a responsabilidade.
As filmagens de “O tempo e o Vento” começam no dia 25 de março, em Pelotas, cidade gaúcha. Depois vão para Bagé (onde uma réplica da Santa Fé do Erico está sendo construída), Candiota e, finalmente, para um estúdio em Paulínea, em São Paulo.

FONTE: http://cnews.com.br/conteudo_entretenimento.aspx?id=146501

Nas noites longas de um tempo antigo...


 
Navegavam esses potros
pelo mar verde das coxilhas...
eram naus douradilhas,
zainas, mouras, tordilhas...

e seus comandantes
brandiam espadas em gritos de guerra.
e traziam endereços de morte
em suas lâminas...

Seus corações eram blocos de mármore
enclausurados em armaduras
de pele, carne e aço.
e seus impérios eram os domínios
de suas estâncias
e as sesmarias orelhanas
deste continente.

Por detrás dos postigos,
olhares de medo de medo varavam lonjuras....
e bocas aflitas
repetiam preces em toscos altares.
e mãos delicadas
dedilhavam terços no silêncio das noites.

Sofrenavam cavalos
em noites de lua
sob as asas dos cinamomos...
para entregar recados
em gumes de vento.

E passos apressados rangiam
nas tábuas...
e trêmulas mãos corriam ferrolhos...
e trancas de angico cruzavam nas portas.
 
essas noites antigas
alongavam eternas horas...
o tempo parava na respiração dos aflitos.

terça-feira, 21 de fevereiro de 2012

UM POUCO DE FILOSOFIA

Francis Bacon e a evolução científica, da Idade Moderna aos tempos atuais...

Após estudar a obra Novum Organun de Francis Bacon entendemos a sua maneira inovadora e revolucionária de interpretar a natureza, com um olhar diferente sobre a ciência praticada na Idade Média, propondo uma ciência mais investigativa e metódica, onde a natureza devia ser estudada a fundo, transformada e dominada, para servir ao homem. Assim, inaugura uma nova forma de fazer ciência e de pensar o futuro, vislumbrando avanços científicos e tecnológicos para a humanidade. Este foi o modelo de ciência proposto pela Modernidade, porém, este modelo fundado na “natureza atormentada” (CHAUÍ, 2000, p.360) de Bacon, foi por muitos criticado e ainda é, nos dias atuais. Essa “Razão instrumental”, criticada por filósofos da Escola de Frankfurt, como Theodor Adorno, Jürgen Habermas, entre outros (CHAUÍ, 2000, p.360) acaba criando um sistema onde a ciência passa a ser utilizada para outras formas de aplicação, não mais servindo a melhorar a qualidade de vida das pessoas, mas prestando-se a interesses mais obscuros.
Estes pensadores criticaram o uso da ciência como instrumento de dominação e poder, muitas vezes manipulada pela mídia e pelos poderosos, com o intuito de explorar os menos informados. Segundo Bacon, “Ciência e poder no homem coincidem” (SELL, 2011, p. 81), mas esse uso da ciência para obter o poder, pode ser danoso para os seres humanos, onde pudemos presenciar na história contemporânea o uso de armas biológicas e nucleares para destruição em massa.
Outra questão levantada sobre o emprego atual da ciência é o seu grande poder de decisão no campo econômico mundial, onde altos investimentos nos setores bélico e tecnológico põem o planeta em alerta.
Fritjof Capra, em sua obra O Ponto de Mutação (1994), diz que Bacon defendia seu método científico baseado na “escravização” e “tortura” da natureza, com profundo rancor e fortemente influenciado pelas atitudes patriarcais utilizadas de forma repressiva em seu tempo, principalmete no período da “caça às bruxas” na Inquisição.
Mas, para nós que continuamos a presenciar esta caminhada da ciência através dos tempos, cabe agradecer a contribuição valorosa destes abnegados, que, se cometeram excessos ou foram mal interpretados pela sociedade atual, o fizeram com o intúito de transformar o mundo, retirando-o das trevas da Idade Média para a luz do conhecimento.


REFERÊNCIAS

CHAUI, Marilena. Convite à Filosofia. São Paulo: Ática, 2000.
SELL, Sergio. Discurso Filosófico II. Palhoça: Unisul Virtual, 2011. Livro didático da disciplina Discurso Filosófico II do curso de Filosofia da Unisul Virtual.
CAPRA, Fritjof. A máquina do mundo newtoniana. In: CAPRA, Fritjof. O Ponto de Mutação. 22 ed. São Paulo: Cultrix, 2001.